terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu contei!

Bom dia, meninas!
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Então, muita gente me pergunta se meu nome é Daniela mesmo. Quando eu digo que sim, a pessoa acaba pensando que como eu criei um blog com meu nome de verdade, todas as pessoas do meu mundo real sabem do meu problema, mas não é bem assim. Eu criei esse e-mail exclusivamente para criar o blog, então, a menos que eu conte pra alguém ou que algum conhecido meu esteja investigando minha vida na internet, não há nenhuma forma de alguém que eu conheço pessoalmente descobrir sobre o meu vaginismo.
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Meu marido acha que eu não deveria ter vergonha de contar isso a ninguém e esses dias uma amiguinha virtual (a S.) me perguntou pq eu não contei nem pras minhas amigas. Revirando minhas lembranças, eu consegui descobrir o porquê. Há bastante tempo (quase 1o anos), eu tinha acabado de começar a namorar meu primeiro namorado de levar em casa, sabe? Aí uma prima minha perguntou se eu já tinha transado com ele e eu disse que não pq doía muito e eu não conseguia, aí ela me deu dicas sobre posição, lubrificante e aquelas coisas que funcionam com gente "normal" e não servem pra nada pra gente. Quando contei isso pro meu namorado da época, ele ficou muito bravo, ele não queria que eu contasse pra ninguém que a gente não conseguia transar, ele tinha vergonha disso, sabe? Era como se de alguma forma, o fato de não conseguir transar ferisse a masculinidade dele. Como eu conheci ele na escola, todas as minhas amigas eram amigas dele tb, então eu não podia contar pra ninguém...
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Pois é, esse acontecimento com o ex foi tão forte que eu nunca mais contei nada pra ninguém, nem quando terminamos o namoro. Aí um belo dia (faz um ano, acho), eu queria porque queria desabonar o meu ginecologista pras minhas cunhadas (hahaha). É que eu achava um absurdo ele não conseguir diagnosticar meu problema por 10 anos e não queria que mais ninguém no mundo fosse naquele médico. Só que elas queriam que eu desse um motivo pra elas não irem mais lá, aí eu falei do vaginismo, bem por cima assim, como se não impedisse a penetração, só dificultasse por causa da dor. Bom, no fim elas se convenceram de que ele é um péssimo médico! hehehe
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Aí, esse final de semana, uma das minhas cunhadas me perguntou se eu tinha resolvido o problema e eu resolvi contar que sim e explicar como era. Contei tudo (o sofrimento, a terapia, os exercícios, tudo tudo) e ela concluiu que eu me casei virgem e que nem lua de mel num tive... sabe, foi tão legal poder contar pra alguém do meu mundo real... eu me senti tão "de verdade", sabe? Como se pela primeira vez eu pudesse ser eu mesma, sem fingir que era algo que não era... foi muito bom! :D
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Conversando com ela, eu cheguei a várias conclusões que nunca tinha pensando antes. Sabe, uma mulher quando supera o vaginismo tem muito mais domínio e propriedade sobre o seu sexo. Se eu faço sexo normalmente hoje, é porque eu conquistei isso, eu lutei por isso e eu quis isso mais do que tudo na minha vida. É muito diferente de uma mulher que facilmente conseguiu permitir a entrada de um pênis de um garoto aos seus 14 anos, porque as amigas faziam e sem ter muita certeza do que queria. Nós não. Nós temos certeza do que queremos e lutamos muito pra conquistar o direito de fazer sexo, por isso o nosso sexo é muito mais nosso, muito mais por opção do que qualquer outra mulher.
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Muita gente pensa que a mulher com vaginismo não consegue transar porque não quer e a situação é completamente ao contrário. A gente quer sim. A gente quer muito. A diferença é que pra conseguir isso, a gente tem que lutar. E lutar contra uma coisa que a gente nem sabe o que é, de onde vem, e porque acontece...
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Bom, amigas, continuem lutando! Um dia eu tenho certeza que vcs estarão aqui dando um testemunho da sua conquista! Tô esperando, hein? rs
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Bjs
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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Comentem!

Oi, meninas!
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Eu escrevo posts com tanto amor e carinho pra vcs... Algumas me mandam emails, depois de ler o post, falando sobre o tema, dizendo que também sentem, que também acham importante, que pra elas ajudou, que isso e aquilo... Mas seria tão mais enriquecedor pra todo mundo se esse comentário fosse colocado aqui no blog, vcs não acham? Aí todas as meninas que leram o post e acharam tudo besteira, iam pensar: "é, mas se tem mais essa meia dúzia de meninas que concorda, devo considerar melhor...", num é?
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Então resolvi aderir ao movimento:

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Achei esse selinho num site chamado blog das gurias, não sei se foi ela que fez, mas de qualquer forma, como não fui eu, tenho que dar os créditos, né? hehehe

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E aí? Se animou a comentar mais? :D

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Bjs

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Dani

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Guia para Autoexploração - Linda Vallins

Bom dia, meninas!
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Tenho que agradecer a R. pelo post de hoje, afinal, foi ela que selecionou essa parte do livro como sendo de suma importância na recuperação dela, ela que transcreveu e tudo, eu só tô fazendo a preguiçosa e colando aqui! (hahaha - querida R, eu fiz algumas pequenas mudanças, ok?) Espero que ajude, viu? Ah! E quem tiver sugestão de post, pode mandar pro meu email!
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O que vem a seguir é um guia para autoexploração e foi criado pela autora (Linda Vallins) com a ajuda do Dr. Prudence Tunnadine, diretor científico do Instituto de Medicina Psicossexual de Londres.
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- Escolha um lugar quieto, onde você possa ficar segura e relaxada. Descubra uma posição que permita que sua área pélvica fique relaxada e aberta (agachada é melhor). Ache sua abertura vaginal com os dedos, de forma que você possa ver claramente (use um espelho, se desejar). Pergunte a si mesma como se sente. Se você achar alguma etapa difícil, pare e pergunte: "Por que é difícil?". Se você estiver assustada para prosseguir, não force e tente não se sentir mal com relação a suas ansiedades. Talvez você possa tentar outra vez amanhã.
. - Se, por outro lado, você prosseguir, toque a entrada da vagina delicadamente e depois pressione o dedo para dentro da abertura. Não aparecerá um orifício até você pressionar o dedo para dentro. Lembre-se: a vagina é um espaço potencial. Se os músculos imediatamente entrarem em espasmo, descanse. Um pouco de lubrificação pode ajudar. Você consegue continuar? Se não consegue, neste ponto tente "ficar" com o espasmo. Às vezes, contrair de propósito e depois empurrar pra baixo ajuda a relaxar a musculatura. Se você estiver ansiosa demais, pare e tente outra vez, noutro dia.
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- Se você puder continuar, tente empurrar o dedo pra dentro e segurar um pouco, como se estivesse puxando alguma coisa para fora da vagina. Deixe a ponta do dedo lá por alguns minutos, para acostumar-se com a sensação. Você sentiu desconforto até aqui? Se sentiu, tente imaginar o que o poderia estar causando.
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- Conscientemente tente contrair mais os músculos, de forma que possa sentir, com o dedo, que eles estão sob seu controle. Seu dedo escorregará para dentro à medida que os músculos forem se abrindo. Saiba que estes músculos estão sob seu controle. Meia polegada agora será o suficiente. Como se sente? Pratique a contração e o relaxamento da musculatura.
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- Parabéns, se você chegou até aqui, está indo muito bem.
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- Agora que você atingiu este estágio, já deve ser fácil inserir o dedo com rapidez. Sinta como o interior da vagina é elástico. Você se sente ansiosa? Pode imaginar por quê? Se, neste estágio, você se sentir assustada e for incapaz de continuar, tente não se sentir vencida. A natureza do vaginismo pode fazer você querer lutar e conseguir sozinha, e sentir desespero e vergonha se não puder fazê-lo. Tente conversar sobre estes sentimentos com um terapeuta ou com um ginecologista compreensivo (ou com uma amiga, tipo eu! :D)
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Fonte: VALINS, Linda. Quando o corpo da mulher diz não ao sexo. Compreendendo e superando o vaginismo. Rio de Janeiro: Imago, 1994, pp. 215-216.
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Bom, se essas dicas funcionarem pra você, você pode tentar avançar, colocando primeiro dois dedos, depois três...
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Tomara que este post ajude vocês, queridas! E em breve eu voltarei com mais trechos interessantes desse livro, ok?
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Bjs
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terça-feira, 20 de julho de 2010

O exercício do espelhinho

Olá, meninas!
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Cá estou eu pra cumprir minha promessa da postagem semanal! Tem muitas coisas que eu quero dizer aqui e eu fiquei matutando sobre o que eu iria escrever afinal.
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Foi então que me lembrei, que pra maioria das meninas que me procuram pedindo ajuda, eu sempre sugiro o exercício do espelhinho. Sabe, a maioria de nós vagínicas é super culta e bem informada a respeito do corpo das "mulheres em geral", mas o que nós sabemos a respeito do nosso corpo? A gente sempre tem aquela sensação de que não somos normais, pq se fôssemos a coisa aconteceria de maneira bem fácil, mas pq não vamos lá e olhamos pra ver se não somos mesmo normais?
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Me lembro de quando o terapeuta me perguntou se eu já havia me observado com um espelho. Eu disse que sim, e já havia mesmo, mas foi há uns 10 anos, quando minha professora de anatomia disse que isso era importante. Eu não tinha nenhuma ferramenta, nenhum roteiro pra me observar, mas fui lá com o espelhinho até o banheiro, olhei, olhei e pronto. Falei isso pra ele e ele achou que eu deveria repetir o exercício, dessa vez olhando uma figura do livro, tentando identificar as estruturas.
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Confesso que me senti uma menina de 15 anos que não se conhecia e tinha que passar por uma situação ridícula daquelas. Mas oras, até quando eu ia continuar escondendo de mim mesma que eu realmente era essa menina de 15 anos que não se conhecia? Mesmo não tendo essa consciência na época, fui lá e fiz o exercício de exploração e fiquei feliz por ser normalzinha como a pessoa da figura e por realmente ter um buraco lá embaixo.
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Acho que esse exercício é importante pra todas nós. Acho que o primeiro passo pra superar o vaginismo é entender e acreditar que temos um corpo normal. Muitas vezes ouvimos isso de ginecologistas, mas não é a mesma coisa de descobrirmos isso por nós mesmas, não acham? Bom, vou colocar aqui pra vcs uma figura que pode auxiliar nessa autodescoberta. Eu encontrei essa figura no google, não é em português, mas tem ajudado várias meninas que me procuram. Olhem só:

Mons pubis = Monte púbico
Labia majora = Grandes lábios
Labia minora = Pequenos lábios
Clitoris = Clitóris
Urethral opening = Abertura da uretra
Vagina = Vagina
Anus = Anus
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Observe atentamente essa figura, e depois parta pro seu autoexame. Tome um banho pra relaxar, procure um lugar tranquilo, pegue um espelhinho e observe sua vagina, tentando identificar as estruturas que estão no desenho. É muito importante ressaltar que a abertura vaginal não é grandona como aparece no desenho, ela é bem menor (até a minha que já tá "usada" - hahahaha - é bem menor), então vc pode ter alguma dificuldade em identificá-la. Se vc tiver essa dificuldade, eu tenho uma dica: basta vc, enquanto se observa com o espelhinho, separar bem os grandes lábios com seus dedos (indicador e médio) e fazer uma forcinha pra baixo e pra fora (como se fosse fazer número 2) e depois soltar. Aí vc observa a danadinha e vê que ela dá uma mexidinha de leve, uma abridinha e uma fechadinha. É um movimento discreto, mas convence a gente de que o buraco existe! hahaha
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Há meninas que ficam muito ansiosas ao fazer esse exercício, o que foi o caso de uma amiguinha minha de troca de emails, a R. Ela me sugeriu o trecho de um livro (lembram daquele livro que eu não queria dar o nome pra vcs nem pensar? hehehe) que a ajudou muito a superar isso. É um texto muito interessante pq diferente do meu post de hoje, ele propõe, além da observação, a introdução do dedo como forma de autodescoberta... Amanhã eu vou publicar esse trecho, ok? (certo, amanhã não é dia de postagem, mas dessa vez é uma situação especial, né?)
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Bjs a todas!
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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Novos Planos

Bom dia, meninas!
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Tenho andado muito sumida, né? Pois é... essa quantidade de emails tem me matado de susto, de preguiça, de tudo! hehehe Além disso, tem tanta coisa que eu quero escrever aqui no blog, mas nunca dá tempo! Gasto toda a minha energia nas respostas aos emails, aí quando penso no blog, já estou mental e emocionalmente esgotada!
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Aí tava aqui pensando com meus botões e acabei por descobrir (ainda bem!) que sou um ser humano normal, que tenho um monte de outras coisas pra fazer, então não dá pra ser mágica e responder tudo com um prazo de cinco minutos, né?
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Feita essa constatação, decidi por um novo processo. Explico: a partir dessa semana, eu farei um post semanal aqui no blog, sempre às segundas ou terças; enquanto isso, as quartas ou quintas ficam reservadas para responder os emails...
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Então, a partir de hoje, gostaria que vcs se acostumassem (e se possível entendessem meus motivos) a receber minhas respostas somente uma vez por semana, pode ser? Não vou abandonar ngm, vou continuar respondendo a todas e ajudando como posso, porém num ritmo um pouco mais saudável pra mim! :D
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Acho que assim minha ansiedade (e às vezes até desespero) vai diminuir um pouco em relação aos emails e, ao mesmo tempo, não deixo o blog abandonado, né? O que vcs acham?
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Bjs
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