terça-feira, 27 de abril de 2010

Então a culpa não era minha?

Meninas!
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Vcs não sabem o que aconteceu neste final de semana! Uma menina achou meu blog e, por tudo o que eu escrevo, ela acabou constatando que se tratou com o mesmo terapeuta que eu! Olha que legal!
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O mais legal é que ela também achava tudo o que eu achava sobre ele (inclusive ela tb saiu da terapia e recomeçou com outro psicólogo), o que quer dizer que não era eu a louca! hahaha
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Infelizmente ele atua da mesma forma com todas as pessoas, seguindo sim um plano rígido e pré-estabelecido, ao mesmo tempo em que faz parte da abordagem dele nos instigar a identificar todas as características negativas que temos, para que (como ele me disse uma vez) criemos uma insatisfação, uma angústia sem fim em relação ao nosso principal problema (no caso o vaginismo), e esse sentimento negativo nos mova em direção à cura (ou numa busca desesperada por ela, eu diria).
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O caso é que esta abordagem jamais funcionou comigo e eu sempre achei que o problema era eu. Sempre achei que o problema é que eu não gosto de receber críticas, que eu me acho autossuficiente, que eu sou muito lógica e não consigo compreender algo que não possa ser convertido numa teoria bem clara.
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Teve uma época em que a terapia me fazia tão mal, mas tão mal, que toda quinta-feira eu sofria um absurdo, eu tinha que me obrigar a ir a terapia e, sinceramente, a única coisa que me movia até lá era o dinheirão que eu tava pagando pelas sessões!
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Às vezes eu parava pra pensar sobre tudo o que estava acontecendo e analisar meus pensamentos e sentimentos sobre a terapia e eu acreditava que essa minha sensação negativa poderia ser uma forma disfarçada de fuga do tratamento. No fundo eu achava que tudo o que estava acontecendo nem deveria ser tão mal, que a parte inconsciente (e burra) do meu cérebro tava criando todos esses sentimentos só pra que eu desistisse de me tratar, desistisse do meu sonho de ser uma mulher "normal", porque isso seria mais fácil do que encarar um tratamento, do que fazer os exercícios e tudo mais.
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Por isso, mesmo com tanto desgosto eu continuei. No final das contas, parei pq na verdade já tinha me curado, não 100%, mas praticamente, já tinha conseguido sozinha o suficiente pra me convencer de que sozinha mesmo eu conseguiria continuar.
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Não digo que nada do que eu passei na terapia se aproveitou, pq seria mentira. O fato de ter descoberto a causa de tudo, foi uma coisa muito importante pra mim!
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Por outro lado, gostaria que vcs soubessem que às vezes não dá certo com o primeiro médico que tentamos, às vezes não rola mesmo a tal da empatia e o tratamento não vai pra frente. Eu sei que o medo de regredir procurando outro médico, de ter que começar o tratamento do zero, existe sim, PORÉM o que adianta desperdiçar tempo e dinheiro num tratamento que não nos faz bem, que não nos ajuda a evoluir num ritmo que nos faz sentir bem?
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O interessante é que essa minha nova amiga, que me achou pela net e disse que tratava com o mesmo terapeuta, parou a terapia com ele, encontrou outro profissional com o qual ela se adaptou bem, se sente confortada, apoiada e ao mesmo tempo cobrada (tem que ser). Ou seja, ela não tinha problema algum, apenas não se adaptou a forma de tratamento do psicólogo em que tentou pela primeira vez, foi lá procurou outro, e tá resolvendo seu problema.
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É interessante porém dizer que eu acho o meu terapeuta um profissional sério, mas, oras, ele é humano e tem defeitos! Mas nada impede que ele trate muitas pessoas com propriedade e que muitos dos seus pacientes saiam de lá felizes e curados! Então nada de julgar, não é?
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O que eu quero que todas tenham em mente é que não é porque somos vagínicas, porque temos problemas, que a culpa de todas as coisas que acontecem em nossas vidas é nossa! (como eu achei por diversas vezes, em relação à terapia) Não se condenem nunca e sempre fiquem bastante atentas ao que sentem para tomar as atitudes mais acertadas com relação ao tratamento (e a todo o resto na verdade).
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Bjs, amigas!

3 comentários:

Anônimo disse...

é isto mesmo, seu último paragrafo sintetizou a lição que tomei este final de semana com toda esta coincidência, não tenho culpa de tudo, tenho qualidades e sei tomar decisões, rs
Beijos
Lu

K. disse...

A frase chave deste post para mim é mesmo "não é porque somos vagínicas que a culpa de tudo o que acontece nas nossas vidas é nossa". Acho que todas nós já pensámos isso em diversos momentos, que tudo o que nos corre mal se ddeve ao vaginismo, que somos um lixo, que não prestamos e então estragamos tudo o que nos rodeia. Mas nós somos pessoas absolutamente normais, até porque toda a gente tem os seus problemas...existe um sem número de fobias, de problemas, de tudo...o nosso não é pior do que o dos outros. Nós não somos piores que os outros.
Eu, de uma forma geral, gostei da minha terapia, mas tb houve coisas com as quais não concordei muito, que fiz na mesma mas que acho que não foram elas que me ajudaram a mudar a minha mentalidade. O que importa é que tb não nos façam mal, como lhe fez a si Dani algumas vezes, como vc falou.
Mas o que vc disse é fundamental, tb temos que ter uma opinião crítica sobre o nosso terapeuta. afinal de contas, nós melhor que ninguém sabemos se estamos a nos sentir confortáveis ou não com eles.
Beijos

Daniela Barros disse...

Oi, Lu!
É isso aí! Nós temos qualidades sim! Somos pessoas normais, temos problemas como todo mundo... e pra resolver precisamos mesmo tomar decisões que às vezes são certas e outras vezes nem tanto... O importante é não baixar a cabeça e mesmo se algo der errado, continuar tentando até dar certo! :)

Ai, K...
Achei até pesado o que vc disse ("que somos um lixo, que não prestamos e então estragamos tudo o que nos rodeia"), mas é realmente o que a gente sente, não é? É incrível como esse problema do vaginismo pode devastar a nossa vida e fazer com que tudo pareça tão terrível, incurável... Sobre esse negócios de todo mundo ter problemas e fobias, vc me inspirou a escrever sobre esse assunto! Aguarde o próximo post (próximo do próximo, na verdade, pq o de hoje eu já fiz! hehe)

Bjs

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Que bom que vc decidiu compartilhar sua luta comigo! Vamos vencer, tenho certeza!
Agora eu aprendi, então, depois de comentar, pode voltar aqui que vai ter uma respostinha minha, tá?
Bjs