quinta-feira, 1 de abril de 2010

Quem quer saber o que o terapeuta achou de tudo isso?

Olá, meninas!
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Já vou logo avisando que, como fiquei muito tempo longe aqui do blog, tenho muuuuuito o que contar, isto é, o post será mais do que longo! Portanto, se não estiver com tempo agora, volte depois (não quero atrapalhar a vida de ngm! rs) e se estiver disponível e afim de saber td o que aconteceu nesses dias, se ajeita aí na cadeira que lá vem história! :D
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Bom, o post de sexta passada era pra ser sobre a consulta com o terapeuta, mas como não teve consulta, não teve post! Não, meninas, eu ainda não desisti da terapia, o problema foi o dilúvio que abateu a minha cidade! Choveu muito, muito, muito bem na hora de eu sair do trabalho pra ir pra consulta! Pra vcs terem uma idéia, o terminal de ônibus onde pego a condução pra chegar no consultório alagou e foi fechado! Ou seja, nem que eu quisesse, não tinha condição nenhuma de ir!
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Pois é, faltei na terapia, mas os meus exercícios paralelos continuaram de vento em popa! Fiz quase todos os dias, tinha dia que não tava a fim, que tava com preguiça, tinha alguma visita em casa ou não tava com muita privacidade, aí não fazia mesmo! Não pode forçar, né? Onde tá escrito que só se cura quem pratica todo dia? Em lugar nenhum! Se cura quem acredita em si mesma e respeita os seus limites! :)
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Bom, tá, aí no domingo teve namorinho ao vivo com o maridão de novo! hahaha Aí lá fomos lá tentar o aquilo-naquilo outra vez. Como a K. mesmo comentou outro dia, esse negócio de homem por cima, acho que não funciona mesmo com vagínicas, tentamos, mas sem sucesso, invertemos e eu fui lá devagarinho e quando vi: tava lá dentro! Tudo, tudo, tudo. Vou falar pra vcs que não foi uma coisa mega divertida e natural, tava com um pouco de medo de me mexer, me senti um pouco desconfortável, com aquela dorzinha lá no fundo e com uma certa "gastura" de ter uma coisa dentro de mim. Apesar dos exercícios quase diários com o grandão da minha coleção (hahaha), ainda não me acostumei à sensação, não sei se isto é normal, mas é o que eu tenho sentido.
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Depois do namorinho, peguei meu brinquedo e falei pro marido fazer os exercícios comigo. Achei que de repente fosse bom experimentar introduzir repetidas vezes o dilatador, mas dessa vez não sozinha. Sei lá, achei que de repente isso me fizesse confiar mais no meu marido e tals. Bom, aí ele foi lá todo cheio de medo de me machucar e colocou várias vezes, nas primeiras tava mais difícil, mas depois ficou mais fácil. Foi bom que ele ficou mais seguro tb das minhas capacidades. Acho que de tanto me respeitar e me esperar, ele acabou meio que desacreditando na minha capacidade de ter uma penetração normal e essa experiência fez com que ele me visse de novo como uma mulher, capaz de tudo que qualquer outra mulher é capaz. :D
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Bom, aí na quarta passada, fomos fazer a massagem nossa de cada semana e foi tão excitante, estimulante e emocionante que nos motivou muito a ir pros finalmente. E aí beijo vai, beijo vem, carinho vai, carinho vem e eu fui pra cima dele de novo (não no sentido figurado, mas literalmente mesmo, rs) e aí gente entrou facim-facim! E, gente, foi BEM mais divertido que da última vez! Meu marido ficou felicíssimo, me elogiou muito, disse que estamos indo muito bem mesmo! Ainda não me considero curada pq não vai muito naturalmente ainda, além do que ainda tenho umas sensações incômodas algumas vezes, mas acho que é questão de prática, não? Eu sei que tava tão feliz que nem tive cabeça pra ter um orgasmo! hahaha Meu marido teve que caprichar muito pra conseguir tirar um orgasmo de mim! kkk
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Pronto, já atualizei vcs de tudo. Agora vamos à consulta! Acabei de chegar e tô fervilhando com tudo o que aconteceu! Decidi contar tudo pra ele, afinal tô pagando caro pra mentir pro terapeuta, né? Mentir é jogar dinheiro fora! Ok. Fui lá e contei dos dilatadores e das experiências com o marido, pra minha surpresa, o terapeuta não esboçou nem sequer uma expressão de surpresa, ficou com uma cara de como se eu tivesse contando pra ele que comi chocolate de sobremesa hoje...
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Achei uó ele não dizer nada, mas tudo bem. A consulta prosseguiu com uma pergunta dele sobre o que mais havia acontecido na minha vida nessas duas últimas semanas, contei, falamos sobre outras coisas (principalmente meus exercícios de direção) e tudo mais.
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Quando faltavam uns 10 minutos para o final da sessão, ele resolveu comentar o acontecido. Falou que estava feliz com minhas evoluções, mas que para continuar com o tratamento, eu deveria deixar os exercícios com os dilatadores e as práticas com o marido, para que a terapia pudesse me preparar melhor. Fiquei bem perdida com o que ele disse mas deixei ele continuar. Ele disse então que eu corri um risco muito grande de colocar tudo a perder, de regredir todo o meu tratamento e que ele jamais, em tempo algum, aconselharia uma pessoa como eu a fazer uma tentativa dessas nesse momento. Isto é, pra ele eu me adiantei demais, eu não estava preparada pra isso e a vaca poderia ter ido pro brejo. Foi então que ele perguntou o que eu achava.
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Por uma fração de segundo, fiquei na dúvida entre dizer a verdade ou fingir que me conformava com tudo aquilo que ele me disse. Felizmente me decidi por dizer toda a verdade. Falei pra ele que estava com a sensação de que ele pretendia me regredir, como é que pode eu estou indo tão bem, evoluindo a cada dia a passos largos e tenho que parar? Tudo bem que eu corri o tal risco de ficar traumatizada, mas eu NÃO fiquei! Não conseguir colocar o grande no primeiro dia, não me abalou de forma alguma, eu continuei tentando! Não conseguir me mexer depois de introduzir o pênis do meu marido em mim, NÃO fez com que eu não quisesse tentar de novo! Então por que tenho que dar um passo pra trás?
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Falei pra ele tb que tenho a sensação de que ele tem lá a receitinha de bolo dele, dizendo que primeiro se faz isso, depois aquilo e depois aquilo outro e que me parece que pra ele só há essa forma e que ele não pára um segundo de tentar me encaixar nesse molde! E se eu for diferente? Ok, eu admiti que não deveria ter colocado a carroça na frente dos burros, mas agora que coloquei, porque não podemos continuar daqui? Pq não podemos aproveitar as evoluções que eu consegui sozinha e incorporá-las no tratamento? Só existe um meio de curar o vaginismo?
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Ele me disse que há sim uma linha de trabalho que norteia o tratamento e que isso todo mundo que estuda, faz pesquisas e estudos tem (concordei) e que ele de maneira nenhuma aplica comigo o padrão, que a cada momento que ele me dá um exercício, isso é específico pra mim. Disse tb que logo, logo (qto tempo será q isso significa?) ele começaria a me dar os exercícios sexuais e que aí sim poderia saber o quanto eu estou evoluindo e que eu não dei tempo suficiente pra que ele executasse seu trabalho.
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Ele fez uma comparação assim: "se eu fosse um gastroenterologista e o meu paciente quisesse fazer uma endoscopia sem anestesia, eu jamais faria". Ele quis dizer que se me desse exercícios sexuais antes de eu estar preparada seria a mesma coisa.
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Sendo assim, eu disse a ele que não sabia exatamente o que eu queria. Sério mesmo, pessoal, naquele momento eu num tinha capacidade nenhuma de decidir se pararia de fazer meus exercícios com meus amados dilatadores e com meu mais que amado marido ou se desistiria logo de vez da terapia! Falei pra ele que não faz sentido algum fazer terapia sem compartilhar das idéias dele e por isso não sei mais o que fazer.
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Ele disse que eu posso pensar e escolher se:
  1. quero parar com os exercícios e fazer td conforme manda o figurino (ele, na verdade)
  2. continuar com minhas práticas e falar sobre outras coisas na terapia (tipo parar de tratar o vaginismo... :S) e se depois meu jeito não der certo, ele me ajuda a consertar os estragos (:S)
  3. desistir da terapia e viver minha vida assim do jeito que eu tô mesmo.

Ele disse que a responsabilidade da decisão e das consequências dela é minha, e que é pra eu pensar com carinho. Conversei com meu marido e ele ficou um pouco indignado com algumas coisas, eu tb fiquei meio assim com algumas coisas, com outras eu concordei, mas de qquer forma ainda não tenho uma decisão. O fato foi que sai levinha, levinha da consulta, pois falei TUDO o que eu queria, sentia, pensava e precisava dizer!

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E vcs? O que acharam de tudo?

8 comentários:

Amor perfeito disse...

Amiga,

Primeiramente, adorei vc ter falado a verdade. Verdade sempre é o meu lema!! Arrasou, Dani!

Também achei prudente ele colocar as opções para vc. É uma decisão difícil, claro, mas muito pessoal. Só vc sabe o que mudou nesse tempo de terapia (Está mais segura? Mais calma? Mais pensativa? O que mudou em vc, como pessoa, além da questão do vaginismo). Vc vai encontrar logo logo a sua resposta.

Bjs e boa sorte!

K. disse...

Oi amiga,
Não quero influencia-la a tomar uma decisão que possa não ser a melhor, mas o que lhe vou contar é da minha experiência pessoal, pode ser que a ajude a decidir.
Antes de mais, PARABENSSSSS, eu nesse estado em que vc está ja me considerava curada SIM, afinal de contas aquilo por que todas esperamos durante todo o tempo de sofrimento é pura e simplesmente uma penetração completa (sem um sofrimento atroz)...é ou não é?? E vc conseguiu isso, pelo que contou, já por duas vezes até! Quanto ao nao conseguir ainda quando o seu marido fica por cima, isso comigo aconteceu ainda durante os primeiros meses, mas só no início da relação sexual. Ou seja, quando vc ja conseguir fazer bem estando por cima, comece a fazer por cima na mesma e depois tente trocar a posição. É a mesma coisa que quando faz os exercícios com os dilatadores com o seu marido depois do namoro (que eu acho uma óptima ideia), fica mais fácil depois de já ter entrado antes da maneira mais fácil.

Bom, mas este conselho que eu dei implica já ter optado por continuar os exercícios, contrariamente ao que o seu médico lhe disse. E então porquê?
Vou-lhe ser muito sincera, e esta minha opinião poderia levar alguma mulher a não procurar terapia (que não é o meu objectivo), mas a verdade é que, mesmo estando curada, eu não mudei assim tanto a minha maneira de pensar a sexualidade, que era o objectivo da terapia, visto que foi isso que me causou o vaginismo.

Isto para dizer que considero que, mais do que todas as conversas com a minha terapeuta, o que me curou foram mesmo os exercícios!! Obviamente que as conversas ajudam, mas muito sinceramente têm ajudado em muitas coisas mas não tanto na minha maneira de ver o sexo, que não mudou assim tanto!
Ainda por cima eu acho que você fala de sexo e tem uma maneira de pensar em relação a isso mais aberta que a maioria das mulheres com quem tenho falado, o que é óptimo...com isto quero dizer que eu acho que vc nem tem sequer o pensamento que a maioria das vagínicas tem e que faz com que elas fujam do sexo. Isso nunca lhe aconteceu, aliás, vc sempre conseguiu metade, ou seja, você sempre foi uma vagínica diferente, para muito melhor.
Bem, acho que este comentário está a ficar confuso, mas eu tinha muita coisa para lhe dizer em relação a este post.
Sinceramente acho que não há a mínima necessidade de vc parar os exercícios sexuais e voltar para trás...confesso que chego a achar ridículo...então voce ja conseguiu com um penis e agora vai voltar ao dedo, é isso que o médico quer??? Isso é regredir!! Para quê?
Na minha opinião, a parte da conversa na terapia é para nos ajudar a conseguir fazer os exercícios, e você não precisou de tanta conversa, por isso não há que parar os exercícios!!

Portanto, eu excluía logo a opção número 1. Quanto às outras duas...bom, eu, depois de quase 9 meses, continuo indo à minha terapeuta, e confesso que ela não me deu opção entre continuar a ir ou não (claro que não vou para lá arrastada por uma orelha :p), mas supostamente foi porque, desde o momento em que eu comecei a terapia, nós estabelecemos várias actividades que eu não conseguia fazer devido ao meu problema de ansiedade e ficou implícito que iamos tratar de todas elas, da mais fácil para a mais difícil. E, por mais estranho que pareça, o vaginismo acabou sendo a primeira a ser curada.
Bom, esta última parte para dizer que se você acha que lhe fazia bem mais uns tempos de terapia para ajudá-la em alguma coisa em especial na sua vida. Como a Amor Perfeito disse, tem que ver o que é que mudou em vc com a terapia, se sente que mudou alguma coisa, e se quer mudar ainda mais ou se está feliz como está. Se chegar à conclusão que não precisa mudar nada para se sentir mais realizada, então acho que é de ponderar deixar a terapia.
Bem amiga, esta é a minha modesta opinião, você faz o que achar melhor para si. Mas não tome decisões precipitadas!
Beijos grandes (e fiquei muiiiiito feliz com a sua conquista, muito mesmo!!)!

K. disse...

Meu Deus, vcs já devem ficar assustadas quando vêem que eu fiz um post novo ou um comentário, são sempre GIGANTES :P!!

Soraia e o Vaginismo disse...

oi dani!

Olha na minha humilde opinião, eu acho que vc esta curada sim, parabéns, e outra seu terapeuta é muito sem noção, deve estar querendo o seu dinheiro mesmo, por que vc mais perto da cura total, ai vc para o tratamento e ele perde seu dinheiro.
Não consigo ver de outra forma.
Bjos!

Daniela Barros disse...

Olá, meninas!
Muito obrigada pelas opiniões! Por enquanto ainda não sei exatamente o que fazer, mas acho que não há pressa pois tenho uma semana para decidir. Cada dia penso um pouquinho sobre tudo o que eu sinto em relação a isso e o que vcs me disseram sem dúvida vai me ajudar a refletir!
Obrigada por estarem sempre aqui comigo, viu?
Bjs

Anônimo disse...

Que tal mudar o terapeuta? Ouvir uma segunda opinião é sempre interessante e nos abre uma terceira forma de pensar...pense nisso...estou contigo amiga...e juro por Deus que queria estar na sua pele...estar em dúvida na sua situação é tudo de bom...quero tanto progredir assim, dói em pensar que sou uma mulher incompleta. Beijos, fica com Deus.

K. disse...

Estamos aguardando notícias da sua consulta desta semana :p! Beijos

Daniela Barros disse...

Oi, Anônima!
Pensei em mudar de terapeuta sim. Mas conclui que o melhor a fazer é ficar sem terapia por um tempo, aí se depois sentir necessidade, penso no que fazer...
Nada de se sentir mal por ser incompleta, tem que lutar pra conseguir se curar e se eu consegui pq vcs não podem? Podem sim! Todas podemos! Não desista nunca, viu? E pode contar comigo sempre que precisar!
Bjs

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Que bom que vc decidiu compartilhar sua luta comigo! Vamos vencer, tenho certeza!
Agora eu aprendi, então, depois de comentar, pode voltar aqui que vai ter uma respostinha minha, tá?
Bjs