terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Detalhes que eu esqueci

Bom dia, meninas? Como vão na luta?
Eu esqueci de contar algumas coisas no tópico "como tudo começou". Então vou contar agora.
No começo do casamento, eu me cobrava muuuito sobre o fato de não conseguir ter uma vida sexual normal. De quando em quando eu me preparava, eu me perfumava, eu me enchia de coragem e quando chegava na hora eu não conseguia de novo.
Eu literalmente me defendia do meu marido, eu não tinha controle algum sobre o fechamento das minhas pernas, sem querer eu ia deslizando cama acima até bater a cabeça na cabeceira da cama. Ele dizia pra eu parar de me defender, que eu não tinha motivo pra ter medo dele, que ele me amava e que não ia me fazer mal nenhum e eu dizia tudo isso pra mim mesma, mas parece que "eu" não acreditava e continuava me defendendo, e suava, e sentia coceira, e sentia vontade de ir ao banheiro... E no final, como eu não conseguia, eu chorava de soluçar.
Bom, cada vez que íamos ter uma relação era esse o cenário: expectativa, tensão, sofrimento, decepção e sensação de fracasso.
Meu marido também sofria muito com tudo isso, ele ficava muito decepcionado com o fato de não conseguirmos, mas eu sentia o sofrimento dele quando eu chorava e me desesperava.
Aí, teve um dia em que eu decidi mudar. Sexo pra mim era um suplício e, de repente, eu entendi que não precisava ser assim. Sexo poderia e tinha que ser um prazer!! Foi aí que as coisas começaram a caminhar melhor. Nós fazíamos uma tentativa, se não dava, a gente mudava o foco e se divertia de outra forma. Ou então, se eu via que estava muito tensa, mudava a ordem das coisas, fazíamos mais preliminares, nos divertíamos mais com outras coisas, até que eu estivesse mais e mais relaxada pra tentar uma penetração e era uma penetração limitada até o nível em que eu não sentisse dor.
Com isso, eu voltei a ter prazer no sexo. E não estou falando de orgasmo, viu? Porque orgasmo eu sempre tinha com facilidade. Falo do prazer de pensar em fazer sexo, consegui dissociar de uma vez o sexo daquela apreensão, daquele medo de falhar, comecei a me relacionar com o meu marido por puro prazer e não com fixação na penetração.
Nossa vida sexual melhorou muito a partir daí. Foi desde essa ação que eu comecei a evoluir, a permitir uma penetração gradativamente maior e SEMPRE prazerosa. Foi assim que eu conheci meus primeiros orgasmos com a penetração... De verdade, esse mês de janeiro foi um passo muito grande na minha vida, mas ainda não estou 100% por isso decidi procurar o terapeuta...
No próximo post eu conto sobre a terapia!
Bjs

5 comentários:

Unknown disse...

Sei muito bem o que é tudo isso, mas que bom que você está num estágio bem avançado. Eu só consigo pouquissima penetração, que as vezes acho que nem penetra! É muitoooooo difícil conviver com isso! Dói muito, fisicamente e emocionalmente principalmente.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Olá, Daniela!
Nossa!!Lendo tua postagem parece a minha história, é exatamente esse momento que vivo. Só ainda não consegui dar início ao meu tratamento, pois não tem terapeuta sexual em minha cidade. Por isso, o relato das tuas consultas podem até encomodar a profissional que esta te ajudando, mas é fundamental para pessoas como eu que precisam muito de ajuda e não tem condições de ir até ela.
Abraços
Estou acompanhando tbm o blog da K.

Unknown disse...

Olá meu nome é Ana Paula..
Meu estágio é mais avançado ainda, depois do medo de sentir dor agora ja não consigo sequer beijar meu namorado direito, tenho todos os sintomas sitados por você, já fui em psicologo em sexologo até que tive que procurar um psiquiatra, pois ja não conseguia mais seguir em frente, no entanto nem um deles conseguiu me ajudar, namoro a dois anos e sofro a um ano e meio e tenho apenas 19 anos. ta tão dificil.
beijos

Anônimo disse...

Nossa, esse post me deu muita coragem. Tenho 16 anos e sofro de vaginismo. Decidi começar um blog também pra contar minhas experiências. Comecei um tratamento sozinha agora, e espero que dê certo, porque acho que não estou muito longe, não! No ginecologista eu faço o exame normalmente, a médica já conseguiu colocar um cotonete, e o dedo dela também, mas o dedo quando ela colocou, eu senti muita ardência, isso fez com que ela desconfiasse que eu tivesse alguma infecção... e eu tinha, fiz o tratamento, agora vamos ver né, mas ainda acho que uma coisa nao tem muito a ver com a outra. Assim como vc, estou mudando meu conceito sobre o sexo. E já consegui uma pequena penetração mais de uma vez. Então ler tudo isso me dá muita esperança. Coloquei o link do seu blog no meu porque eu acho que ele ajuda muito outras mulheres a vencer o vaginismo. Sua experiência dá muita, muita coragem mesmo. Obrigada!

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Que bom que vc decidiu compartilhar sua luta comigo! Vamos vencer, tenho certeza!
Agora eu aprendi, então, depois de comentar, pode voltar aqui que vai ter uma respostinha minha, tá?
Bjs